quarta-feira, agosto 02, 2006

Viciados no Trabalho

NO INÍCIO do século passado, Sigmund Freud relatou as alterações emocionais e físicas que sofreu durante uma estadia em Roma, mas só na década de 70 o termo «neurose de férias» surge pela primeira vez. Pode parecer estranho, mas há pessoas para quem as férias, os feriados ou fins-de-semana são um trauma que chega mesmo a provocar stresse ou casos extremos de ansiedade. São profissionais que trabalham compulsivamente e para quem uns dias de descanso representam um problema grave. Trata-se de uma espécie de adição, não tão rara quanto isso, mas menos divulgada do que outro tipo de dependências. Estes profissionais têm autêntica «alergia» ao descanso. A sua cabeça não consegue (ou simplesmente não quer) desligar do dia-a-dia laboral e só conseguem descontrair em pleno quando, finalmente, regressam ao trabalho.

Vítor Cláudio (ISPA), esclarece que «a própria sociedade incute esta ideia de que improdutividade é algo que tem de ser punido, por exemplo quando temos 'spots' publicitários que nos aconselham a ocupar os tempos livres, a concretizar isto ou aquilo. Ainda que não se possam padronizar as profissões mais propensas a este tipo de adição, é notório que existem funções mais exigentes do que outras, nomeadamente, as que exigem disponibilidade total ou ausência de horários. Este stresse das férias tende a ser mais frequente nas profissões onde a competição e a hostilidade é maior, bem como nos cargos de chefia e com elevado grau de responsabilidade. Não generalizando, em alguns casos, os profissionais que sofrem deste tipo de adição têm comportamentos relacionais bastante complicados ou até mesmo inexistentes.Ssão indivíduos que vivem exclusivamente para o trabalho, aguardando um reconhecimento profissional. Se lhes tiram o trabalho, tiram-lhes tudo e não sabem o que fazer com o tempo». Quanto maior for a dependência do trabalho, «maior o seu isolamento, a sua incapacidade em se relacionar com os outros, em encontrar outras coisas para fazer na vida, além de trabalhar», explica.

Artigo retirado do site Expresso Emprego

E quando não somos assim mas temos que olhar e encarar (porque a palavra interagir é díficil de aplicar neste contexto) todos os dias pessoas assim? Aiiiiiii.....há coisas que se podem tornar insuportáveis...

2 comentários:

Anónimo disse...

Os workaholic querem sucesso a qulquer preço, sem olhar a meios, umas verdadeiras bestas! Odeio essa gente!

Um raio de sol disse...

Acho que as pessoas podem-se tornar viciadas no trabalho por falta de estímulos na sua vida pessoal. Ou até mesmo pela sua impacidade de desligar.
Certos indivíduos só sentem que cumprem o seu papel na sociedade através do seu trabalho. Caso contrário sentem-se completamente inúteis.