Hoje fui a uma grande manifestação, a uma jornada de luta muito importante, e estou satisfeita por isso. No entanto, também estou preocupada, a situação assume proporções muito perigosas, a incerteza, o receio e o medo são bem notórios.Portugal tem o ordenado mais baixo da União Europeia, e neste momento há cada vez mais reduções, a reforma é uma coisa que não está garantida, o acesso à saúde é limitado e dificil, a educação sofre cortes constantes... os jovens não podem quase sonhar, os trabalhadores alguns com tantos anos de trabalho, não sabem como acabará o seu percurso laboral, o dinheiro escasseia, as necessidades aumentam... estou francamente triste.
Neste momento tenho trabalho mas quando atingir os 30 anos e for demasiado velha?? O meu trabalho é precário não assenta em estabilidade nem em segurança. Que loucura esta a da discriminição com a idade, a vitalidade e o empenho de cada um é deitado fora sem qualquer valorização... é assustador!
Limito-me a viver o presente?? Sem pensar em ter filhos, sem sonhar, sem acreditar que o mundo que me cerca pode melhorar?? Não pode ser!! Não pode ser assim!!
Não pode haver um dia apenas de luta mas muitos, a nossa vida deve ser uma luta constante... mesmo quando estivermos cansados, deprimidos, mesmo quando nos sentirmos fracassar, este país precisa de nós e nós precisamos de acreditar que a nossa luta pode ajudar no caminho do sonho, da esperança e de uma vida mais digna.
3 comentários:
A luta é o caminho!
Obrigado por me fazeres acreditar!
És uns dos pilares da minha luta!
Adoro-te!
Obrigada por participares!
Se ai tivesse, juro que tb ia.
Estar aqui fora, permite ver o que temos de outra maneira.Quando me perguntam preços, salarios, e essas coisas ligadas à economia sobre Portugal...ficam chocados com as minhas respostas. Surge logo «mas como é que vocês vivem?».
Pois nem eu sei responder....
Tenho tido a sorte de ter uns pais que me ajudam imenso...mas desejo que este cordão umbilical corra de outro modo, que seja eu a alimentá-los, a propocionar outras coisas...MAS COMO???
Confesso que só as saudades imensas é que fazem pensar em voltar. De resto, tudo parece orientar-se para procurar trabalho fora de Portugal...Além de mais, é frustante estar aqui por mérito e os importantes nacionais estarem-se completamente a cagar para o meu mérito. Fosse eu politicamente correcta e tivesse um nome com «De» e «E», que o meu futuro estava desenhado...
Que vergonha de país!!!!
Porém, a tranquilidade, a segurança de que por mais anos que passem, nada muda...faz com que se volte sempre...
12 de Outubro foi um dia de luta dos trabalhadores portugueses.
100000 pessoas na rua pode ser um sinal de que as massas começam a despertar. No mínimo, quer dizer que cada vez mais gente começa a sentir que também pode ver a vida afectada pela política do governo.
Agora, aqueles que têm a consciência que a luta tem de ir mais além, por exemplo, da reivindicações imediatas por mais salário ou menos impostos para quem trabalha, aqueles que têm a consciência que vivemos num país e num mundo onde a maioria trabalha e sobrevive e uma minoria vive à conta da exploração do trabalho ds outros, repito, aqueles que têm essa consciência têm que fazer o máximo para que outros a ganhem e lutem coerentemente com a sua condição de classe explorada, por uma transformação da organização económica, política, social e cultural que acabe com as desigualdades, as injustiças, a miséria, a incultura, o "direito ao desemprego" e o domínio explorador.
E para isso é preciso dizer a todos os nossos colegas de trabalho: "Vamos organizarmo-nos para a luta, vamos estar unidos, vamos ser solidários com todas as lutas de todos os trablhadores, porque o mal que cai sobre os outros facilmente cairá sobre nós todos que trabalhamos."
È preciso que a maioria das pessoas saibam que os governos da direita não o são só porque os comunistas dizem, mas porque, de facto, esses governos defendem o interesse da minoria dominante. Que a alteração às leis laborais que têm feito é para desproteger quem trabalha atacando direitos adquiridos com a luta de gerações que antes e depois do 25 de Abril possibilitou tais avanços.
É necessário divulgar que a nossa Constituição defende os interesses do povo, dos trabalhadores e do país; e que ela não foi e não é respeitada por esses governantes; e que a querem mudar simplesmente porque, ainda assim, ela é um entrave a todas as reformas neo-liberais que pretendem para o país. E ainda que se conseguirem, estará em perigo todo o conjunto de liberdades e garantias que os cidadãos ainda podem disfrutar.
Por fim, claro é preciso ter e incutir confiança. A confiança que é possível resistir e transformar a vida, o país e o mundo. É preciso sonhar e transformar o sonho em realidade. É preciso não ficar parado.
A Luta das massas é o caminho. A Luta consciente e revolucionária.
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