quinta-feira, maio 04, 2006

País Triste


Um país zangado

Tantos estudos não podem estar errados. Aliás, os estudos nem sequer trazem novidade, apenas dão valor científico ao que constatamos no dia-a-dia os portugueses andam zangados, azedos, descrentes, desconfiados, pessimistas...Infelizes, em suma.

Foi essa a conclusão a que chegou um grupo de cientistas alemães que compararam os dados do Eurobarómetro (uma sondagem ao nível da UE), entre 1973 e 2002. Dos 15 países que integravam a União nessa altura, a Dinamarca era o mais feliz e Portugal o mais infeliz. Entre os indicadores desse estudo agora divulgado estava a comparação entre o crescimento do PIB no momento da resposta e a evolução recente. Ou seja, os portugueses sentem-se infelizes porque continuam pobres.

O estudo alemão é, de certa forma, prolongado por um outro, feito em Portugal e também agora conhecido.
Os portugueses sorriem cada vez menos nas páginas dos jornais, foi o que concluiu um psicólogo (Armindo Freitas- -Magalhães), após analisar cem mil (!) fotografias publicadas pelos jornais diários entre 2003 e 2005.É frequente dizer-se que os portugueses, enquanto povo, são ciclotímicos, alternam momentos de grande euforia com depressões gigantescas. Porém, na nossa história recente, a Expo'98 e alguns sucessos desportivos de maior monta constituíram os únicos momentos de exaltação. No resto do tempo, impera a má-língua, o bota-abaixo, o derrotismo. A infelicidade como realidade quotidiana e destino da nação.A "vidinha", como escrevia O'Neill, encarrega-se de travar qualquer impulso de optimismo.

Vivemos num país cada vez mais dependente do exterior para a sua própria sobrevivência. Numa economia que desconhece a palavra retoma. Num cantinho que arde todos os anos, que estatisticamente arde todo de 12 em 12 anos. Em que até os políticos que nos governam optam, mais cedo ou mais tarde, por bem mais atraentes carreiras internacionais.É óbvio que virar isto, incutir auto-confiança aos portugueses, seria meio caminho andado para a resolução de muitos problemas. A questão é como fazê-lo?

Artigo do DN (joão morgado fernandes)

Pois é também acho que isto já vai para lá da nossa auto-flagelação natural, realmente os nossos sonhos e projectos pessoais parecem-nos estar sempre vedados, parece que há uma impossibilidade fatal de realização e a frustração impera... há quem já nem acredite que o sonho comanda a vida, tais são as desilusões... eu ainda acredito mas é dificil às vezes não cair nesse pessimismo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem que partir de nós, temos que nos rir muito e acreditar nos sonhos e dar inicio à grande revolução que o país precisa, espero estar viva para assistir a isso, temos que começar já!